A
religião budista não deixa de ser religião pelo fato de combater a existência
de um deus criador, bem como o fato de a organização ateísta não crer na
existência de um deus criador não impede que essa organização seja classificada
como uma organização religiosa; toda organização que tem o pensamento
fundamentado em crenças é religião.
O
pensamento ateísta de que não existe um criador é formado a partir de três
pontos: a Terra surgia de um Big Bang,
o homem é uma evolução do macaco, ou um homo sapiens, e a
Bíblia, que seria a comprovação da existência de um deus criador, seria
contraditória e fictícia.
Toda
teoria que é condizente com a verdade se comprova e deixa de ser teoria, porém,
quanto mais o homem conhece tudo que existe, mais se comprova que as teorias do
Big Bang e do evolucionismo não são
condizentes com a verdade. Portanto, muda a crença da pessoa que se declara
religioso para a crença do ateísta, mas ambos se fundamentam em crenças, ambos
são crentes.
Ainda que o homem adestre o
macaco a realizar algum feito, o fato é que a inteligência concebe que o macaco
não tem capacidade intelectual para criar nem a coisa mais simples que a
inteligência do homem já conseguiu, e isso comprova que existe um abismo entre
o homem e o macaco.
Ora, se o homem fosse uma
evolução do macaco, a essência seria a mesma, ou seja, ambos seriam
inteligentes e, assim, ambos teriam a capacidade de criar. Portanto, a teoria
do evolucionismo de Charles Darwin não passa de imaginação, crença.
Quanto ao homo sapiens, não é possível falar qualquer coisa sobre esse ser,
pois não existe nenhuma lógica que conclua que o homo sapiens existiu.
Toda explicação
requer uma razão lógica e é do conhecimento do homem que tudo que tem vida
surge de outra vida. Nunca o mundo presenciou o surgimento de um ser vivo que
surgiu de um elemento morto ou do nada.
O ecossistema e
a cadeia alimentar revelam que toda a natureza e os seres surgiram ao mesmo
tempo. Se o capim tivesse surgido seis meses após o surgimento da espécie que
se alimenta de capim, essa espécie teria morrido de fome; se o peixe tivesse
surgido seis meses após o surgimento do urso que se alimenta de peixe, o urso
teria morrido de fome, e assim seria com cada espécie que não tivesse a outra
que a alimenta.
Para que a
teoria do Big Bang esteja em
concordância com o fato comprovado do que é o ecossistema e a cadeia alimentar,
faz-se necessário que essa explosão tenha criado tudo ao mesmo tempo, porém,
não é inteligente acreditar que uma explosão solar criou no mesmo instante um
planeta repleto de vidas: animais, insetos, água, árvores e ervas, que
alimentariam uns aos outros. Portanto, o ecossistema e a cadeia alimentar é um
fato que cria na lógica do pensamento a conclusão de que existe um criador.
O terceiro ponto que alimenta a
crença ateísta é formado na interpretação religiosa de que a Bíblia comprova a
existência de um deus criador, porém, independentemente de a Bíblia ser ou não
da autoria de um deus, pode-se notar que o autor da Bíblia não a escreveu com o
objetivo de comprovar que existe um deus criador. Pelo contrário, a mensagem
bíblica foi escrita com o objetivo de alimentar todos os sentimentos, inclusive
o sentimento ateísta.
O autor da Bíblia descreve que
seu personagem deus nunca foi visto por homem algum, nem mesmo pelos
personagens Adão e Eva, que estiveram no céu junto ao deus. (Jo 1:18)
A Bíblia alimenta o sentimento
ateíta a partir da apresentação de uma mula e uma serpente que falam, em que
mostra a aparente contradição das historias bíblicas e a visão científica de
seu autor.
Existindo um deus criador que
criou os universos e todos os seres, fazer, por exemplo, uma mula falar seria
menos difícil do que é para o homem respirar.
Na Bíblia, a serpente que falou
não era literalmente uma serpente, mas sim um elemento que figura o anjo Diabo.
Uma das passagens bíblicas que
alimenta o pensamento ateísta de que o deus da Bíblia não tem o conhecimento
científico verdadeiro é o texto que diz: “Então
Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus nas mãos dos
filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom,
e tu, lua, no vale de Ajalom.”
E o Sol se deteve, e a Lua
parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isso não está escrito no
livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a
pôr-se, quase um dia inteiro. (Js 10:12-13)
No entendimento do ateísta, o
texto está dizendo que o Sol gira em torno do planeta Terra.
Dizer que o sol parou no meio
do céu foi apenas uma expressão para dizer que o deus fez com que aquela cidade
tivesse, durante vinte e quatro horas, a mesma força da luz solar de quando ela
era vista no meio do céu.
Se a intenção da mensagem fosse
dizer que o deus parou o astro sol, não estaria escrito que ele fez com que
isso acontecesse somente na cidade de Gibeom. Ora, se nas outras cidades o pôr
do sol continuou o seu fluxo naturalmente, isso significa que a mensagem está
dizendo que não houve nenhuma interferência do deus na ação dos astros e nem
que quem gira é o Sol ou a Terra.
Outro ponto que mostra que a
mensagem não está dizendo que o deus interferiu na ação dos astros está no fato
de que quando o povo saiu da cidade de Gibeom e entrou no vale de Ajalom e,
devido já ser noite, o vale de Ajalom tinha luz lunar e não luz solar, como
estava acontecendo na cidade de Gibeom.
O
meu objetivo ao explicar esses textos bíblicos não é defender que a Bíblia é da
autoria de um deus, e sim mostrar que todo religioso interpreta errado a
Bíblia, por buscar nela algo que vá ao encontro de seu sentimento, sua crença.
É possível constar na própria Bíblia que quem
a escreveu não quis que ela fosse usada como comprovação da existência do deus;
pelo contrário, a escritura bíblica foi escrita com o propósito de alimentar
todos os sentimentos religiosos, inclusive o sentimento ateísta. Se os
personagens bíblicos existiram ou não, isso não altera o valor de sua mensagem,
pois o objetivo da mensagem bíblica é filosófica.
LIVRO "O fim da cegueira intelectual"
Ateísmo é religião
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